Tito Augusto de Morais
(1880-1963)Tito Auguto de Morais
Formação e Primeiros Anos
Nasceu, em 11 de Fevereiro de 1880, em Peso da Régua.
Filho de Manuel do Carmo Rodrigues de Morais e Palmira Adelaide Baptista. O Pai engenheiro agrónomo, em Ponte de Lima, foi inspector geral dos serviços filoxéricos, praga que assolou a vinha no Norte do país.
Casado com Carolina Loureiro de Macedo, bisneta do 1º Barão de São José de Porto Alegre. Teve três filhos Manuel Alfredo, Maria Palmira e Augusto.
Frequentou o Liceu em Viana do Castelo (1891-1895), Universidade de Coimbra (1895-1898) e Escola Naval (1898-1901).
Depois de promovido a guarda marinha em 1901, fez parte da guarnição dos transportes marítimos Africa, Pero de Alenquer e Salvador Correia; canhoneiras Zaire, Mandovi, Chaimite, Limpopo e Liberal; corveta Afonso de Albuquerque.
Nos navios de guerra em que embarcou, visitou o norte do Brasil e as colónias portuguesas de Africa, Índia e Macau.
Recebeu dois louvores, um deles do rei D. Carlos I, pelos estudos e planos hidrográficos que apresentou para os portos da Beira, em Moçambique, e de Moçâmedes, em Angola. Depois de participar nas operações de pacificação em Angoche, em 1903, foi promovido a segundo-tenente, o que o levou a exercer os cargos de adjunto à Majoria General (1904) e de ajudante da Direção dos Serviços Marítimos (1904) e da I Divisão do Corpo da Marinha (1909).
Carreira Militar e Ativismo Político
Em 1910, militante activo do Partido Republicano Português, ficaria nos anais da insurreição militar de 4 e 5 de Outubro, desempenhando um papel proeminente na tomada do quartel dos marinheiros em Alcântara, no assalto aos paióis e no comando do navio de guerra São Rafael, que bombardeou o Palacio das Necessidades.
Depois da revolução de 5 de Outubro, o Governo Provisório promoveu-o, por distinção, a capitão-tenente (1910).
Com o passar dos anos seria sucessivamente promovido a capitão de mar e guerra (1925), a contra-almirante (1930) e a vice-almirante (1937).
Durante a ditadura fez parte ativa nas campanhas eleitorais, tendo presidido a diversas sessões de propaganda.
A 25 de Junho de 1947 pediu a sua passagem à reserva tendo recusado a sua nomeação para o cargo de Presidente do Conselho Superior de Disciplina da Armada cargo para o qual tinha sido nomeado pelo então Ministro da Marinha Américo Tomaz. Este cargo tinha sido desempenhado pelo vice-Almirante Mendes Cabeçadas que dele tinha sido exonerado por atividades revolucionárias.
Tito Augusto de Morais faleceu em Lisboa em 13 de Julho de 1963 tendo a família recusado a presença de representante do Ministro e as honras militares.
Tito Auguto de Morais, em Dezembro de 1904.
Tito Augusto de Morais Manuel com a sua mulher Carolina de Moraes.
Outros Cargos de Relevo
• Eleito deputado, por Ponte de Lima à Assembleia Constituinte, de onde saiu aprovada a Constituição de 1911;
• Membro da Câmara do Senado, em regime de substituição (1913);
• Chefe de gabinete do Ministro da Marinha (1912- 1913);
• Capitão do Porto de Setúbal (1913);
• Chefe dos Serviços da Marinha (1913);
• Capitão dos Portos da Índia (1913);
• Chefe dos Serviços da Marinha do Estado da Índia (1925);
• Diretor-geral Militar das Colónias (1928);
• Presidente do Tribunal Militar da Marinha (1930);
• Diretor 1.º Comandante da Escola Naval (1932);
• Presidente do Conselho Superior de Disciplina da Armada Portuguesa (1941);
• Presidente da Comissão de Domínio Público Marítimo (1947);
• Ministro da Marinha do governo de José Relvas (1919);
• Governador-geral do Estado da Índia (1926).
• Delegado de Portugal no Conselho Internacional permanente para a exploração do mar, reunido em Copenhague (1932).
Como Ministro da Marinha, submeteu ao parlamento um projeto de lei, para o estabelecimento de pontos aéreos nos Açores, Cabo Verde que viriam a ser escalas obrigatórias de aviação transatlântica e mundial. Esse projeto de lei, também serviu para apoiar a primeira travessia aérea do Atlântico Sul (Gago Coutinho e Sacadura Cabral).
Condecorações e Distinções
• Proclamado Benemérito da Pátria pelo parlamento (1911);
• Comendador da Ordem Militar de Avis (1919);
• Distinguished Services Medal, Marine Services (Estados Unidos da América) (1923);
• Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito de Portugal (1926);
• Grande-Oficial da Ordem Militar de Avis (1926);
• Ordem Nacional de Legion d’Honneur (França) (1935);
• Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis de Portugal (1935);
• Medalha da Vitória;
• Medalha Comemorativa das Campanhas do Exército Português;
• Medalha de Ouro de Comportamento Exemplar;
• Medalha de Sobreviventes da República em 1910.